Karl Marx Joseph Stalin |
Faz-se necessário esclarecer, de uma vez por todas, a
eterna confusão que existe entre Marxismo e Esquerdismo Soviético. O primeiro data
do século XIX e foi elaborado por Marx e Engels, dois filósofos cientistas,
discípulos de Hegel de quem herdaram a Dialética e estabeleceram, entre tantos
conceitos, o de Materialismo Dialético, Materialismo Histórico e as leis da
Dialética. O segundo foi desenvolvido, no século XX, por Lenin e Stalin, dois
políticos apenas, que se intitulavam marxistas e posteriormente, deixaram Marx
e Engels como cúmplices responsáveis pelos genocídios e outros absurdos
praticados pelos países ditos socialistas. O Marxismo, por sua vez, como
ciência, é passível de evolução e transformação através dos tempos. Um marxista
de hoje repudia os estados totalitários, as revoluções sangrentas e conceitos
tais como Ditadura do Proletariado, exatamente
por não aceitar nenhum tipo de ditadura, de quem quer que seja, assim como
rejeita máximas do tipo Os fins
justificam os meios, típicas do Esquerdismo Sovietico.
Um marxista, atualmente, também reconhece o
Capitalismo Liberal como um sistema econômico perfeitamente compatível com os
tempos atuais lembrando que a Sociedade Primitiva evoluiu em Sociedade
Medieval, chegando a Sociedade Capitalista e acreditando que eventualmente se
transformará na Sociedade Socialista, de forma evolutiva e natural, sem
revoluções desnecessárias: imagine-se, durante a Sociedade Medieval, um partido
capitalista revolucionário que pretendesse chegar a seus fins, pela força. Sabe-se que as revoluções, sem exceção,
redundaram em fracassos desastrosos, a exemplo da revolução russa e a francesa
de 1789 que deixou a França à reboque da Inglaterra e da Alemanha. A China,
depois de Mao-Tse-Tung, retrocedeu às práticas capitalistas e apesar de ser um
estado totalitário, denota um considerável desenvolvimento econômico.
A maior ameaça ao Capitalismo Liberal de hoje seria o
chamado Globalismo dos Rockfellers, Fords, Morgans, Council of Foreign
Relations, Clube Bilderberg, Instituto Tavistock, ONU e etc., que afirmando
serem os governos locais incompetentes para a solução dos problemas humanos,
pratica um megacapitalismo selvagem e monopolista, pois já cansado das
oscilações do mercado nacional dedica-se à exploração internacional e à criação
de um governo mundial. Essa solução de problema contradiz a opinião de sábios
como Aristóteles, Descartes e Leibnitz que afirmavam ser a melhor maneira de
resolver um problema, subdividi-lo em partes menores: haja vista a subdivisão
inteligente de um governo em federal, estadual e municipal podendo-se ainda
acrescentar a isso às organizações de bairro.
Finalmente, hoje, um marxista não veria a religião
como O ópio do povo, máxima com que
foi tachada injustamente, pois vê na religião, como no idioma, um aspecto da
identidade de um povo assim como, especialmente quanto à população menos
ilustrada, um freio para toda ordem de desmandos sociais. Considera, ainda, que
a diferença entre um marxista e um cristão, ou religioso, é ser este um idealista, ou seja, o que crê que ideia
gera a matéria – sendo Deus a ideia geradora - enquanto que aquele é, fundamentalmente,
um materialista, que não seria, no
sentido que se supõe habitualmente, um indivíduo apenas interessado nos bens
materiais, mas no sentido filosófico, ou seja, alguém que crê que a matéria é
que gera as ideias. É na escolha de uma dessas opções, por exemplo, que reside
o princípio de Democracia.
C.L. Fevereiro de 2015