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quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

MARXISMO E ESQUERDISMO SOVIÉTICO



Karl Marx                                                Joseph Stalin

Faz-se necessário esclarecer, de uma vez por todas, a eterna confusão que existe entre Marxismo e Esquerdismo Soviético. O primeiro data do século XIX e foi elaborado por Marx e Engels, dois filósofos cientistas, discípulos de Hegel de quem herdaram a Dialética e estabeleceram, entre tantos conceitos, o de Materialismo Dialético, Materialismo Histórico e as leis da Dialética. O segundo foi desenvolvido, no século XX, por Lenin e Stalin, dois políticos apenas, que se intitulavam marxistas e posteriormente, deixaram Marx e Engels como cúmplices responsáveis pelos genocídios e outros absurdos praticados pelos países ditos socialistas. O Marxismo, por sua vez, como ciência, é passível de evolução e transformação através dos tempos. Um marxista de hoje repudia os estados totalitários, as revoluções sangrentas e conceitos tais como Ditadura do Proletariado, exatamente por não aceitar nenhum tipo de ditadura, de quem quer que seja, assim como rejeita máximas do tipo Os fins justificam os meios, típicas do Esquerdismo Sovietico.

Um marxista, atualmente, também reconhece o Capitalismo Liberal como um sistema econômico perfeitamente compatível com os tempos atuais lembrando que a Sociedade Primitiva evoluiu em Sociedade Medieval, chegando a Sociedade Capitalista e acreditando que eventualmente se transformará na Sociedade Socialista, de forma evolutiva e natural, sem revoluções desnecessárias: imagine-se, durante a Sociedade Medieval, um partido capitalista revolucionário que pretendesse chegar a seus fins, pela força.  Sabe-se que as revoluções, sem exceção, redundaram em fracassos desastrosos, a exemplo da revolução russa e a francesa de 1789 que deixou a França à reboque da Inglaterra e da Alemanha. A China, depois de Mao-Tse-Tung, retrocedeu às práticas capitalistas e apesar de ser um estado totalitário, denota um considerável desenvolvimento econômico.

A maior ameaça ao Capitalismo Liberal de hoje seria o chamado Globalismo dos Rockfellers, Fords, Morgans, Council of Foreign Relations, Clube Bilderberg, Instituto Tavistock, ONU e etc., que afirmando serem os governos locais incompetentes para a solução dos problemas humanos, pratica um megacapitalismo selvagem e monopolista, pois já cansado das oscilações do mercado nacional dedica-se à exploração internacional e à criação de um governo mundial. Essa solução de problema contradiz a opinião de sábios como Aristóteles, Descartes e Leibnitz que afirmavam ser a melhor maneira de resolver um problema, subdividi-lo em partes menores: haja vista a subdivisão inteligente de um governo em federal, estadual e municipal podendo-se ainda acrescentar a isso às organizações de bairro.

Finalmente, hoje, um marxista não veria a religião como O ópio do povo, máxima com que foi tachada injustamente, pois vê na religião, como no idioma, um aspecto da identidade de um povo assim como, especialmente quanto à população menos ilustrada, um freio para toda ordem de desmandos sociais. Considera, ainda, que a diferença entre um marxista e um cristão, ou religioso, é ser este um idealista, ou seja, o que crê que ideia gera a matéria – sendo Deus a ideia geradora - enquanto que aquele é, fundamentalmente, um materialista, que não seria, no sentido que se supõe habitualmente, um indivíduo apenas interessado nos bens materiais, mas no sentido filosófico, ou seja, alguém que crê que a matéria é que gera as ideias. É na escolha de uma dessas opções, por exemplo, que reside o princípio de Democracia.  


C.L. Fevereiro de 2015