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quinta-feira, 27 de agosto de 2015

CAROLICE


                                        
Até por ser um leitor assíduo da Bíblia (na minha opinião um dos melhores livros já escritos) e defensor de todas as religiões, é que me sinto perfeitamente no direito de não professar nenhuma e, ao mesmo tempo, ser averso a qualquer tipo de fanatismo religioso. Por exemplo, sinto-me extremamente desconfortável ante seitas muçulmanas que, contrariando o Corão de Maomé, pregam terrorismo, prática de homens-bomba, ataque às torres gêmeas e coisas tais.
Um tipo de fanatismo menos violento, mas nem por isso menos pernicioso, é um muito comum no catolicismo: a carolice. Quando aluno do Salesiano achava-me domingo, no pátio do colégio, no horário da missa, quando a professora Maria José, de português e religião, veio verificar porque alguns alunos não estavam na Igreja. Para não parecer agressivo confessando-me agnóstico, declarei que não ia à missa por ser protestante, o que provocou na piedosa senhora a seguinte reação: “Ah! Que horror!”  Uma jovem carola, já de outra feita, me confessou estar lendo o Corão  “para conhecer o inimigo…”
A carolice não admite, ademais, que certos homens de ciência a exemplo de Freud, Darwin e Marx, tivessem se declarado ateus e materialistas, como se acreditar fosse uma questão de escolha e não de fé. Li também o comentário (em parte justificável) de outro carola que afirmava terem os holocaustos soviético, chinês e cubano matado, de per si, muito mais gente do que a Inquisição católica. Como se o assassinato em menor quantidade justificasse, mesmo em parte, o crime. Sacrificar uma única pessoa, que seja, por motivos religiosos ou políticos, já é chegar ao holocausto.
Em tempo:
Nem sequer sou católico, mas senti-me imensamente gratificado quando, entre tantas contribuições para a modernização da Igreja Católica, o simpático Papa Francisco resolveu pela admissão dos animais no céu. Sempre achei que os bichinhos são seres de outros planetas e isso, além de me alegrar, me lembrou outra suave pessoinha, a atriz Audrey Hepburn quando, ao lhe perguntarem se achava que os animais também iam para o céu, respondeu: “É claro, senão não seria céu...”

C.L. agosto de 2015

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

DESENCANTO ESTÉTICO



Daqui por diante estarei descarregando e por escrito, tudo o que vem me inquietando, em todos os sentidos: politico, social, cultural, profissional, existencial, etc., no que diz respeito a nossa presente realidade nacional.

Para começar, quero manifestar meu desencanto estético, tendo em vista o atual abandono, por parte da maioria das mulheres, quanto ao cuidado com os pés. Não que eu seja um podólatra inveterado, ou coisa parecida, mas o descaso que resulta em pés encardidos, maltratados, tatuados, unhas descascadas, esmaltes verdejantes e outras tragédias, mostra que a decadência do nível intelectual não é uma coisa isolada na cultura brasileira mas deslocou-se de norte a sul, ou seja, do cérebro para os membros opostos a ele. O incômodo, que em vista disso os pés masculinos portando chinelões, causa a meu amigo Claudio Botelho torna-se uma suave idiossincrasia.


C.L. Agosto de 2015

BOI IRLANDÊS



Depois de postar tantas coisas sérias, sinto-me na necessidade de falar besteiras, como é de fato um hábito meu e bem carioca, aliás. Especialmente depois de ver na Internet que um fazendeiro da Irlanda (terra dos machões) se desfez, insensivelmente a meu ver, de um touro que não se inreressava por vacas e sim por… outros bois. Não pude deixar de ver no bichinho um legítimo boiola…


C.L. Agosto de 2015

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

TRADICIONALISMO

                             


O que parece faltar no Brasil de hoje é um partido conservador, tradicionalista, ainda que totalmente distinto de direita radical. Se bem já não exista no Brasil o que se possa chamar de Direita, existe no entanto uma Esquerda, seja ela lá qual for. Esquerda e Direita afinal necessitam-se, mutuamente, para gerar o princípio dialético de movimento. Getúlio Vargas, apesar de ter sido um ditador e simpatizante do fascismo, ao criar o Partido dos Trabalhadores (PTB) teve a clareza de criar em seguida seu antídoto, o Partido Social Democrata (PSD), exatamente para estabelecer o movimento entre forças contrárias.
O brasileiro é, tradicionalmente, um povo conservador e religioso, ou um político como Bolsonaro não seria eleito com um número tão significativo de votos – até mesmo por falta de melhores opções. Certamente não sou de direita mas, apesar de  esquerdista, não posso me identificar com a esquerda de nosso tempo que se expressa através de capitalismos globalistas, stalinismos soviéticos, seitas muçulmanas e partidos democráticos como o de Barack Obama e o PT.
O capitalismo liberal, que vem perdendo terreno nas últimas décadas, tem sido confundido, mesmo pelo Vaticano e há séculos, com a usura agiota do mercantilismo medieval, o que abre espaço para o capitalismo globalista apoiado pelas esquerdas. A esquerda do PT, por sua vez, simpatiza com pseudosocialistas que repudiam as religiões e pregam a Ditadura do Proletariado, como se um estado democrático pudesse compactuar com qualquer espécie de ditadura. Para subsistir, é claro que a esquerda, enquanto minoria, necessita de alianças, ao mesmo tempo que só pode ser controlada quando inserida em algum tipo de aliança; ou não teria havido, na Itália, o Pacto de Metz entre a U.R.S.S e a Igreja Católica.
Uma Esquerda, coerente, se apoiaria na filosofia marxista que não é revolucionária mas evolucionária porque acredita na evolução natural da História. Mesmo não professando nenhuma religião, respeita, antes que tudo, a liberdade de culto, assim como a de expressão e de opiniões políticas. A história sabe que a sociedade escravagista levou séculos para evoluir no Mercantilismo medieval e este, outro tanto em séculos, para evoluir em um capitalismo hoje dividido entre capitalismo liberal e capitalismo globalista. O que se espera portanto, se bem a longo prazo, é que o capitalismo evolua, eventualmente, em socialismo - não em ditadura do proletariado, mas numa sociedade sem classes.
O importante, agora, seria prestigiar o capitalismo liberal não esperando, no Brasil, quaisquer soluções que venham apenas de dois partidos de esquerda, estes oriundos do mesmo saco, PT e PSDB mas acrescentando, talvez, uma terceira opção: um partido conservador que reflita o tradicionalismo e a religiosidade do povo brasileiro.


C.L. Agosto de 2015

domingo, 9 de agosto de 2015

ANTIAMERICANISMO?


O que o cinema e a música norte-americanos nos deram desde o século passado já justifica os votos de gratidão que, nem sempre, apresentamos àquela gente e, muito pelo contrário, macaqueando outras culturas latinas e manipulados por nossos formadores de opinião, nos investimos de um antiamericanismo preconceituoso e injustificado. Para nós a simples menção da palavra “americano” nos sugere o conceito de “reacionário de direita”. Observe-se, devido ao que nos informam, o juízo que fazemos de distintos governantes daquele país. Ronald Reagan, por exemplo, é lembrado apenas como um ex-ator canastrão quando na verdade, e reconhecido pelo povo americano, foi dos melhores presidentes ali constituídos. George Bush, caracterizado  como um partidário da corrida armamentista não foi, afinal, um bom presidente para assuntos internos mas, na política exterior, mostrou-se um bom adido militar. Mas essas coisas nunca leremos em nossos jornais.

Já o queridinho das mídias, Barack Obama, por quem torcemos por ser do partido democrata e o primeiro presidente negro do país mais poderoso do mundo, nos saiu como tiro pela culatra pois seu mentor revolucionário, Saul Alinsky, foi nada mais que o orquestrador da crise econômica de 2008. Os beneficiários da previdência, a que só se deve recorrer em caso de extrema necessidade, recorreram a ela em massa, incitados pelos teóricos de Alinsky sob promessa de que seus empréstimos seriam substituídos por uma renda anual mais compensatória. Na verdade, tratava-se de provocar um fracasso econômico que prejudica o capitalismo liberal para usufruir de um sucesso politico que beneficia o megacapitalismo globalista. Ficou confirmado que tal renda anual não poderia pagar o que os empréstimos anteriores não conseguiram pois, em vista das enormes filas para solicitar tais empréstimos, os bancos de previdência simplesmente quebraram, detonando a crise.


C.L. agosto de 2015