www.carloslyra.com ----------------------------------------------------------------------- www.myspace.com/carloslyra

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

ESTADO DEMOCRÁTICO


Democracia é um conceito de ordem político-jurídico que se refere ao Estado. Isto significa portanto que não se refere a outras categorias como individualidade, sociedade, sexo, sistemas econômicos, etc. O Estado Democrático garante que o indivíduo usufrua de seus direitos tais como ter liberdade de fazer suas escolhas religiosas, políticas e sexuais tanto quanto receber saúde e educação e segurança. E que a sociedade, assim como os sistemas econômicos estabeleçam suas normas, tudo sob a assistência desse Estado Democrático. Assim, um indivíduo que lese ou oprima outro e uma sociedade ou sistema econômico que não respeite os direitos de qualquer cidadão não estão violando um direito democrático mas um direito individual. Deduz-se que um Estado que não zele pelos direitos, pela educação, saúde e segurança da população não pode ser chamado de Estado Democrático.

Educação, saúde e segurança constituem o alicerce de todos os bens sociais. Quem recebe educação, assistência médica e segurança adequadas está apto a cuidar-se devidamente, de votar com bom senso e escolher uma profissão de acordo com sua habilidade ou vocação e não, simplesmente, buscar um empreguinho pelo salário imediato ou correr atrás do bolsa-família. O aperfeiçoamento e evolução de tais qualidades seria o que se pode chamar de verdadeiro socialismo e não os esquemas soviéticos revolucionários que são a única forma de “socialismo” conhecida e praticada nos dias de hoje.

C.L.

Outubro de 2015

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

RESSENTIMENTO POLÍTICO E REDENÇÃO


Nas últimas eleições, a batalha PT versus PSDB revelou-me algumas coisas curiosas. Muitas das cabeças pensantes e descomprometidas parece que votaram, não civicamente apenas no PSDB, mas sim e de forma ressentida, contra o PT. Já outras cabeças votavam, alegremente e a favor de Aécio como num futuro salvador e redentor da pátria. De qualquer forma, vejo-me na necessidade de lembrar que PT e PSDB são, igualmente e nada mais, que crias da mesma, iminente, notória e suspeitíssima USP (Universidade de São Paulo) que produz os mais brilhantes cérebros e formadores de opinião da atualidade brasileira e que, portanto, os candidatos de ambos partidos seriam, afinal de contas, nada mais que farinha do mesmo saco.

C.L.

Setembro de 2015

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

ESQUERDA FESTIVA E SOCIALISMO DEMOCRÁTICO



Hoje, quando no Brasil queremos saber por onde anda a Esquerda, nos deparamos com duas possibilidades, ambas festivas e manifestas: a esquerda petista e a esquerda arrependida. A primeira, mais para canhota ou sinistra, é a que continua seguindo os dogmas Stalinistas-Leninistas. A segunda é a que, lamentando à moda de Jeremias, a derrocada da União Soviética, a queda do muro de Berlim, etc., mostra sinais de profundo arrependimento por ter seguido, enganosamente, os preceitos daqueles caminhos e perdido, por uma tal maçã de Eva, as delícias do Paraíso.
Há no entanto, se bem que menos manifesta, uma terceira possibilidade de referência, ou seja, de estudiosos que entendem o Marxismo como uma filosofia ou ciência politico-social-econômica e não um mero partido político. Que, como toda ciência, o Marxismo é passível de mudança e evolução e que a revolução, em contrapartida, no referente à ciência, só se compreende, ali, em sentido figurado. Que, se atentarmos para os fatos, as revoluções, no sentido político, a exemplo da francesa, da soviética, da chinesa, da cubana, da de 64 no Brasil, etc., resultaram em fracassos político-sociais e/ou econômicos lastimáveis.

Por outro lado, não era sem fundamento que Karl Marx vaticinava que os únicos lugares onde o Socialismo poderia acontecer, naquela época, seria na Alemanha ou nos Estados Unidos, onde o Capitalismo estaria suficientemente desenvolvido para, eventualmente, evoluir em Socialismo assim como a sociedade escravagista primitiva evoluiu em Feudalismo e o Feudalismo evoluiu em Mercantilismo capitalista, tudo pelo concurso da evolução das ciências e nunca através de quaisquer revoluções.

Ironicamente, os Stalinistas chegaram mesmo a declarar que o Socialismo, como não podia deixar de ser, instalou-se no único país onde tal coisa seria possível, ou seja na U.R.S.S. Todos vimos no que deu… Para que se observe o verdadeiro pensamento de Marx, ele ainda definia os sistemas políticos pelas máximas que seguem. Capitalismo: a cada um segundo suas oportunidades. Socialismo: a cada um segundo seu trabalho. Comunismo: a cada um segundo suas necessidades.
 Além de revolução, há ainda o conceito de ditadura. O Stalinismo-Leninismo soviético alardeou insistentemente a ditadura do proletariado sem levar em conta que um Socialismo democrático só se compreende num estado político equilibrado e não comporta nenhum tipo de ditadura, seja de quem for. Na verdade, as ditaduras só são compatíveis com regimes arbitrários e/ou sanguinários que nada têm a ver com Marxismo e sim com nazismos, fascismos, castrismos, chavismos, bolivarismos e extremismos em geral.

Cumpre acrescentar que o Marxismo, sendo uma filosofia,  ou uma ciência politico-socioeconômica e concebida no século XIX, a exemplo de outras ciências também concebidas no mesmo século - tais como a Psicanálise de Freud e a Evolução das Espécies de Darwin - também evoluiu e foi modificada ou atualizada. Isso, que os soviéticos chamavam pejorativamente de reformismo, aconteceu sem o conhecimento da maioria das pessoas.  Não querendo dizer com tudo isso que Marx, Freud e Darwin, não tenham sido, legitimamente, os inventores das respectivas rodas.

C.L.

Setembro de 2015

domingo, 20 de setembro de 2015

ESQUERDA RADICAL E ESQUERDA MODERADA


Desde 1995 que vimos observando, religiosamente, no Brasil os preceitos de Lenin quanto à Estratégia das Tesouras que visa repartir o campo político entre duas formas de esquerda - a radical e a moderada - não deixando espaço para nenhum partido conservador, por menos de direita que seja. Quando Fernando Henrique se elegeu de 1995 até 2002, representava a esquerda moderada tendo a esquerda radical do PT, ao mesmo tempo, como conivente e oposição. Daí em diante, com a eleição de Lula, seguida a de Dilma, a esquerda radical sobrepujou a esquerda moderada e cúmplice de Aécio Neves, permanecendo no governo até o presente momento. Nada teria contra isso não fosse a ausência de uma verdadeira oposição conservadora que, apesar de não ser de minha escolha política, estabeleceria um confronto dialético e democrático, que me é tão caro, e se as ditas esquerdas não fossem de inspiração leninista soviética, o que rejeito terminantemente. O visível e atual enfraquecimento político do PT talvez ofereça para o futuro a oportunidade de um candidato petista mais consistente e, também, evitando-se o constrangimento de um impeachment tão anti-democrático quanto desnecessário, ao mesmo tempo que se permita, afinal, a participação de uma oposição conservadora que espero se distancie, por sua vez, de esquemas suspeitos tipo Jair Bolsonaro.

C.L.


Setembro de 2015

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

CONSIDERAÇÕES SOBRE “JE SUIS CHARLIE”



Nada justifica o covarde ataque terrorista ao hebdomadário francês mais conhecido hoje por “Je suis Charlie”. Mas há uma série de outras considerações a fazer sobre o lamentável incidente. As charges que hostilizam as religiões islâmica, judaica e cristã têm, obviamente, o propósito de desmoralizar as três mais expressivas crenças monoteístas existentes, isso independente do inequívoco direito de livre expressão da imprensa. O que me causa espécie é que esse sistema de descrédito das religiões em geral, faz parte de uma campanha lobista de fundo pseudo-esquerdista, global e megamonopolista que vem recrutando formadores de opinião, jornalistas, intelectuais, etc., para o serviço de adestramento da população do mundo ocidental.
Não é por coincidência que desde o século XIX os diferentes Papas católicos vêm, equivocadamente, caracterizando o capitalismo liberal como usura medieval e confundindo investimento legítimo com agiotagem pura e simples. Isso só favorece as campanhas de descrédito das crenças religiosas, para satisfação de um pseudo-socialismo apoiado, tanto pelo megacapitalismo global, como pelas classes dominantes russa e chinesa, oriundas da antiga Nomenklatura comunista e compostas de burocratas, militares e agentes de serviço de inteligência, a exemplo da KGB.  
Tudo deixa ver, claramente, que os três poderes do mundo de hoje são, exatamente, o eurasiano (russo-chinês) de caráter militar, o dos financistas e banqueiros internacionais (megacapitalismo global) de caráter econômico e o Islâmico (Califado Universal) de caráter religioso. A guerra fria que hoje, na verdade, transcorre entre o ocidente e o oriente ou seja, entre o establishment russo-chinês e o globalimo ocidental, encontra um poder Islâmico indeciso entre os dois primeiros e que por ser de caráter essencialmente religioso vai, por enquanto, sofrendo charges desmoralizantes por parte dos “Charlie Hebdo” e retribuem com ataques terroristas que dão ensejo a expressivas manifestações globais de protesto e solidariedade.

C.L. Setembro de 2015