A moeda, a música, a comida, a religião, a
nacionalidade e, sobretudo, o idioma, são formas da identidade de um povo. E no
entanto os inconsequentes de sempre tentam neutralizar esses valores. Um
inventa o Euro, a juventude transforma
o rock em música universal, O MacDonald internacionaliza o hamburger, o sovietismo hostiliza as
religiões, o Globalismo busca um único governo mundial e assim por diante. No
caso do idioma, Zamenhof, um médico russo-polonês tentou, no passado, criar uma língua universal, o Esperanto, mas a geração de três décadas
atrás, com bom senso e maior
imunidade a lavagens cerebrais, rejeitou a idéia. A negligência da Educação, o
esfacelamento da Cultura e as linguagens, cifrada
da Internet e minimalista da Televisão, contribuem para a derrocada dos
idiomas. No que diz respeito ao português, Camões e Machado de Assis saíram totalmente
de moda.
Dante Alighieri no século XIII, com a Divina Comédia, “esforçou-se por inventar
uma língua que pudesse ressuscitar as ideias mais profundas do pensamento
humano” (sic). Criou a língua italiana, que
formulou a partir de mais de mil dialetos locais. Francesco Petrarca, seu
seguidor, avançou na língua, criando o Soneto
enquanto seu amigo Giovani Boccaccio escrevia uma série de contos conhecida
como o Decameron. Geoffrey Chaucer,
depois de assistir a uma conferência de
Boccaccio sobre Dante, fez o mesmo que o conferencista, em inglês, escrevendo
os Contos de Canterbury. William Shakespeare aproveitou a forma
de Soneto, inventada por Petrarca e a
transpôs para o seu idioma. Foi Erasmo de Rotterdam quem, no século XVI,
influenciou François Rabelais a fazer na França o mesmo que outros autores
fizeram em suas línguas, escrevendo Gargantua
e Pantaguel. E, para o espanhol, Miguel de Cervantes criou o Dom Quixote. Isso quer dizer, afinal que
os idiomas - por serem identidade dos povos - é que criam as nações correspondentes.
C.L
abril de 2015