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quarta-feira, 29 de julho de 2015

EQUILÍBRIO

A lei da dialética que trata do confronto das forças contrárias que motivam o movimento e estabelecem o equilíbrio, é comum a todo o universo e se aplica, de uma maneira geral, a todas as situações. Tomem-se os opostos quente e frio, sólido e líquido, lento e rápido, amor e ódio e, inclusive, direito e obrigação. Este último confronto de forças, quando no estado ideal, é responsável pelo equilíbrio emocional. A consciência dos próprios direitos e das próprias obrigações, mesmo na ausência de religião ou de fé, pode render um forte senso de código moral e de ética. A não consciência desses valores gera o desequilíbrio emocional e abre um campo fértil para os impulsos negativos, senão inúteis, como ideologias revolucionárias, além de participação em campanhas pro ou anti-sexos, pro ou anti-aborto, desarmamento civil, cotas raciais, liberação de drogas, manifestações pro ou anti-impeachment, apoio à lei seca, etc., em vez de aguardar o curso evolutivo e natural dos processos. O indivíduo desprovido da consciência de seus direitos, em oposição a suas obrigações, lembra o jovem ou adolescente que ao não ser atendido em seus direitos e não ser cobrado em seus deveres, acaba por sentir-se negligenciado e mesmo perdido, o que pode levar aos mais diferentes distúrbios de ordem emotiva e social.

C.L. Julho de 2015

sexta-feira, 24 de julho de 2015

CAPACIDADE DE PENSAR


Não sei o que acontece com nossa atual sociedade brasileira e sua capacidade de pensar com a própria cabeça. Talvez, por andarmos anestesiados pelas informações unilaterais da mídia, pelos  princípios pseudo-esquerdistas e pelos entretenimentos dispersivos tais como carnaval, futebol, novelas e música pra-pular brasileira,  tenhamos perdido o hábito de raciocinar, aceitando a primeira informação que nos chega mas que nos coloca à altura dos debates e opiniões dominantes. Aceitamos, por exemplo e alegremente, o princípio politicamente correto, de  que ser nacionalista é ser anti-americanista, apesar de que as camadas mais elitizadas ainda curtam a música e o cinema tradicional daquele povo; enquanto que as menos assistidas e a maior parte da juventude, por sua vez se deliciam, descontraidamente, com rocks, funks, hip-hops e um cinema recheado de sexo explícito e violência. Teatro, poesia, literatura e artes plásticas, nem pensar. O que se transmite nos estabelecimentos de ensino, há mais de duas décadas, confirma as apostas, tanto que fui obrigado a retirar minha filha de duas escolas onde numa a diretora, discursando para os alunos, no fim do ano letivo, proclamou que “agora os meninos vão se formar e as meninas se realizar…” Noutra a professora de português recomendou a seus alunos que lessem a edificante obra “Tubarão”… Não é por nada, que nas presentes circunstâncias. ficamos tanto a dever em educação e cultura, quanto em segurança e saúde.

C.L.  Julho de 2015

terça-feira, 21 de julho de 2015

ESPIRAL DO SILÊNCIO



Existe uma tendência de seguir a opinião das maiorias, talvez por medo de isolamento social ou por não ter o que opinar nas reuniões e mesas de bar. E isso, pelo fato da sociedade exigir uma certa conformidade de opinião quanto a qualquer que seja o tema em discussão. A esse tipo de comportamento a filósofa alemã, Elizabeth Noelle Neumann, chamou de Espiral do silêncio. Ou seja, silenciar a própria voz ou opinião e estar de acordo com a alheia seja ela familiar, escolar, editorial, da mídia, etc. Muitas vezes, isso inclui ser agredido e, por ser “demasiadamente civilizado”, não reagir. A Igreja Católica, através dos séculos, vem aceitando calada, ataques como os dos Iluministas do século XVIII e do atual etólogo ateísta, Richard Dawkins, ou compactuando indiretamente, há várias gestões papais, com pseudo-socialistas, ao tachar o legítimo capitalismo liberal de usura medieval. Espera-se que o iluminado Papa Francisco ponha um fim nisso.

Há, pelo menos três décadas, verifica-se a Espiral do Silêncio no nosso mundo político, editorial e jornalístico. O primeiro faz o que quer, o segundo jamais traduz um livro que critique o partido democrata norte-americano (como Black Skin Previlege e Rules for Revolution de David Horowitz) ou re-edita livros que exponham o Globalismo monopolista (como A verdadeira história do Clube Bilderberg, de Daniel Estulin) e o último só publica o que vem da política externa (politicamente correta), ou que, de uma maneira geral, não comprometa o governo nacional como, por exemplo, a verdade sobre o sinistro Foro de São Paulo.

C.L. março de 2015

segunda-feira, 13 de julho de 2015

MEU TIPO INESQUECÍVEL

SÍTIO EM SAQUAREMA

“Meu tipo inesquecível “era uma seção que constava da Seleções Readers Digest. Isso me lembra o primeiro caseiro de meu sítio em Saquarema. Cecílio era, um negro retinto, de setenta anos, analfabeto e sem defeitos. Está bem, gostava de beber mas como ele mesmo dizia: Seu Carlos, eu bebo sim mas o senhor nunca vai me ver bebendo no trabalho. Era o protótipo de lisura e integridade. Os pés, sempre descalços e encardidos de barro pareciam se fundir com a tabatinga que pisava.  Podia ser  chamado de um autêntico dedo verde: plantava de tudo em minha horta, desde melancias e abobrinhas gigantes a morangos, alface e cenouras. Depois, orgulhoso, dizia: Agora seu Carlos só falta firmar! Firmar o que Cecílio?  Firmar, firmar seu Carlos , com a máquina!  Zeloso de meus bens interpelou um pedreiro que durante obras no sítio queria levar, em sua c
Kombi, uma partida de tijolos: Aqui do sítio de seu Carlos não sai nada sem autorização dele!  A mulher de Cecílio era uma espécie de mãe de santo que queria dar consultas dentro de minha propriedade. Quando me opus a isso ela foi-se embora e Cecílio com ela, mas antes: Seu Carlos, eu tenho que ir mas não saio daqui até o senhor arranjar outro caseiro! Sabendo que Cecílio se despedia, seu filho veio me procurar para tomar o emprego. Quando, animado, dei a notícia a Cecílio ele me contesta: Seu Carlos, é meu filho mas eu não arrecomendo, o senhor não vai ficar satisfeito!

Antes de trabalhar para mim, Cecílio era vigia de um sítio vizinho.  Quando um ladrão quis invadir o local Cecílio partiu em defesa  da casa e, com uma foice, matou o assaltante. Depois sentou-se ao lado do corpo e ficou esperando a polícia. Os  habitantes da região urgiam que ele fugisse mas ouviram dele: Fugir porque? Eu estava cumprindo minha obrigação!  Para encurtar a história, um coronel da região intercedeu e Cecílio foi devidamente acobertado do incidente. Fico pensando que com um caráter desses, quem se atreve a ter preconceitos? Já tive muitos outros caseiros, alguns muito bons, mas de todas as pessoas que conheço poucas se comparam a meu Tipo inesquecível.


C.L. julho de 2015