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segunda-feira, 26 de outubro de 2015

FILOSOFANDO



Recentemente postei um texto sobre Honoré de Balzac, onde faço considerações sobre as correntes artísticas, Classicismo e Romantismo. Comento que apesar de minha formação e tendência clássicas, tenho como preferido um escritor romântico. Chego agora a novas conclusões, dessa vez a respeito de Filosofia, que também encerra duas correntes distintas: Idealismo e Materialismo. É tido como pai do Idealismo o Bispo de Berkeley, filósofo escocês do sec. XVIII, que afirma, corajosamente, a não-existência da matéria e que o mundo material é apenas uma ilusão dos nossos sentidos. Já a Filosofia Materialista , passando por Hegel e chegando ao Materialismo Dialético de Karl Max, contradiz o Bispo de Berkeley alegando que os objetos, no mundo material, correspondem, exatamente, às expectativas que temos deles. Assim, se desferimos uma machadada numa árvore, a madeira se fende. Da mesma maneira que se nos colocamos diante de um carro em movimento ou se saltamos de uma janela, os resultados estarão longe de parecer ilusão de nossos sentidos. Não é difícil concluir-se que há uma relação entre as objetividades do Classicismo e Materialismo assim como entre as subjetividades do Romantismo e Idealismo.  E eu que me acredito, objetivamente, tanto clássico quanto materialista me vejo, de novo, em contradição com minhas tendências, sobretudo no que diz respeito à afirmação materialista de que os objetos correspondem à ideia que deles fazemos. Por exemplo, quando tento abrir uma garrafa e a rolha se recusa a sair, quando quero abrir um armário e a porta emperra ou quando ao tentar vestir-me o pé engancha na perna da calça... A esses fenômenos batizei com uma expressão bem conhecida de arquitetos e engenheiros:  "resistência dos materiais". Também  me sinto materialmente lesado quando os objetos despencam subitamente de minhas mãos, sem maiores justificativas e por uma lei da Física: a da Gravidade. Ficam, assim, aqui registradas minha dúvida e perplexidade.


C.L. 

Outubro de 2015

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

LOBIES

                                                              
A grande maioria da população não sabe, ou não quer saber, da constante manipulação a que somos submetidos pelas ditas autoridades, mídia e formadores de opinião, entre eles vários intelectuais, técnicos e cientistas. Estamos sendo cobaias de um adestramento popular através de artimanhas tais como Lei Seca, campanhas antitabagista, antiabortista, antiarmamentista, etc., que já tiveram suas antecedentes em outras como feminismo e uso obrigatório de cinto de segurança nos automóveis, este último já delatado por Millôr Fernandes como autêntico lobby. E agora, a Vigilância Sanitária proíbe a disponibilidade de sal nas mesas de restaurantes. São coisas que dependem menos de campanhas e leis arbitrárias do que de opções pessoais. Além do mais, nenhuma comprovação científica foi apresentada, até hoje, para demonstrar menores índices de doenças em virtude da proibição gradativa do uso do tabaco, a princípio nos lugares fechados, hoje até em espaços abertos. E isso tudo sem que a população jamais fosse consultada sobre tais assuntos; talvez alguém pudesse, ou quisesse opinar que, por exemplo, os escapamentos dos canos de descarga são muito mais prejudiciais que a fumaça de um cigarro ou de um charutinho... O que mostra que as campanhas estão mais preocupadas com o condicionamento do que com a saúde da população. Essas campanhas nunca aparecem ao mesmo tempo e surgem cada uma, por sua vez, em doses homeopáticas, para não dar na vista que se trata de um processo gradual, intentando apenas adestrar as pessoas para que aprendam, pouco a pouco, a obedecer até chegar no ponto desejado quando, finalmente, estarão condicionadas para tudo aceitar do que mais for programado; e isso, no dizer que vivemos em plena Democracia. Diz-se, ainda, tratarem-se de técnicas marxistas de doutrinação quando seriam, isso sim, técnicas posteriores, soviético-stalinistas-globalistas, das quais o coitado do Marx não tem, por anacronismo, nenhuma responsabilidade.

C.L.     

Outubro de 2015



segunda-feira, 5 de outubro de 2015

JUSTIÇA A MARX


O jovem Marx pensava que uma classe proletária organizada poderia se prestar à transformação de uma sociedade. Só que a esquerda, alcançando um certo poder numa nação democrática, encontra um proletariado que, mesmo em número suficiente, não funciona como classe revolucionária porque a evolução do capitalismo, ao invés de rebaixá-lo, elevou seu padrão de vida a um nível de classe média e, portanto, sem interesses revolucionários. Tanto que a esquerda de hoje já começa a recrutar seu “proletariado” entre os deserdados da sociedade: marginais, prostitutas, sem terra, juventude transviada, minorias etc., promovendo lutas de classe, raciais e de gênero.

Ora, quando Marx já mais maduro, declarou que o socialismo só poderia acontecer em países capitalistas desenvolvidos como Estados Unidos, Inglaterra ou Alemanha estava, portanto, plenamente consciente da situação da supra citada classe proletária desinteressada de revoluções. Marx contava, agora, com a continuidade do desenvolvimento capitalista para alcançar, eventualmente, o socialismo pela evolução natural, contrariamente ao que pensavam os marxistas ainda não amadurecidos.

Tomar Marx pelo que pensava ou dizia, antes de evoluir política e filosoficamente, ou pelo o quê lhe imputam seus detratores ou mesmo seus pseudo seguidores soviéticos, seria lhe faltar com a devida justiça.

C. L.


Outubro de 2015

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

GLOBALISMO


O Globalismo seria, em tese, uma internacionalização da economia, da política, da cultura e dos direitos sociais. Alguns capitalistas do mercado liberal se fartariam do antigo sistema e se tornariam os megacapitalistas de um novo sistema internacional, global. Os Rockfellers os Fords e a ONU, entre outros, seriam os instrumentos desse processo, afirmando que os governos dos diferentes países, de per si, não dão conta dos recados necessitando-se, portanto, de uma interligação universal apropriada. David Rockfeller chegou mesmo a declarar, numa entrevista, que : “Alguns acreditam que somos parte de um grupo secreto de conspiradores trabalhando contra os melhores interesses dos Estados Unidos, caracterizando minha família e eu como ‘internacionalistas’ e afirmando que conspiramos com outras pessoas ao redor do mundo para construir uma estrutura global política e econômica mais integrada…se quiser chamá-lo assim. Se é esta a acusação, declaro-me culpado e tenho orgulho de minha culpa.” Isso seria, no pensar dos detratores de tal filosofia, a vitória do socialismo esquerdista. Se Marx, pois, afirmava que o Socialismo só poderia acontecer em países como a Alemanha ou Estados Unidos não percebera, em sua época, que isso só viria a ser possível numa escala mundial. Além disso os socialistas que lhe seguiram, como União Soviética, China e Cuba, não são propriamente marxistas mas stalinistas-leninistas e ainda atendidos, financeiramente, pelos megacapitalistas supra-citados, faltando-lhes a consciência dos detalhes e de suas controvérsias. Se a teoria do Globalismo resultar acertada, apesar de tais controvérsias, os sonhadores da justiça social e do capitalismo do Estado poderiam, afinal, contar com alguma esperança para o seu futuro do mundo. Tudo isso me faz lembrar o filme Testemunha da acusação, onde o personagem de Tyrone Power orgulhosamente comentava com seu advogado, personificado por Charles Laughton, ter inventado um aparelhinho que separava a clara, da gema do ovo. O advogado, ceticamente, pergunta: “E isso é desejável?”

C.L.

Outubro de 2015