SHOW NOVO
O Teatro SESC Ginástico, no Centro da Cidade, resolveu apostar na Bossa Nova e me propôs abrir o Projeto "Terça com Bossa". Como é único tocar na nossa cidade, não pude deixar de aceitar esse convite e aguardo todos lá. Vou mostrar uma porção de coisas novas, além dos clássicos, é lógico. Confiram o RELEASE do show, abaixo. Vejo vocês lá!
Teatro SESC Ginástico - Av. Graça Aranha, 187 - tel: 2279.4027
CARLOS LYRA
no show
UM CARIOCA ALÉM DA
BOSSA
Carlos
Lyra, um dos compositores, criadores desse surto musical que floresceu na
cidade do Rio de Janeiro, e que levou a Bossa Nova para o Carnegie Hall
fazendo-a ser conhecida em todo o mundo, apresenta novo show, misturando
clássicos que todos gostam de cantar, histórias de seus parceiros e composições
novas, num espetáculo repleto de romantismo e de homenagens à cidade do Rio de
Janeiro.
O show além da Bossa mostra como o artista, coloca em
prática todas as suas influências e mostra todos os diferentes ritmos que fazem
parte da Bossa Nova, ao contrário do que se acredita quando a ligam apenas ao
samba bossa-nova. São toadas, choros, valsas, baião, samba, marchas, tango
brasileiro - essa chamada Carioca de
Algema, feita em parceria com Millôr Fernandes que fala das pessoas de
vários lugares do Brasil e do mundo, que escolheram essa cidade para morar e se
tornaram cariocas algemados de amor ao Rio de Janeiro. Não podendo deixar, é
claro, de contar com clássicos como Minha namorada, Primavera, Lobo bobo entre
outras, que estimulam o público a cantar junto e que são marcas registradas
deste artista em qualquer parte do mundo.
Várias parcerias inéditas e inusitadas recheiam esse
espetáculo. "Pra Sempre" em parceria com João Donato, tem a música
feita pelos dois e a letra, feita por Carlos Lyra que se baseou em seus
próprios sentimentos. Ele diz: "Nunca me apaixonei, mas
tenho uma grande capacidade de amar. Minha mulher que o diga. Numa letra minha,
ainda inédita, cuja música é em parceria com Donato, disse o seguinte: "O
que faz a esperança ser mais que a ilusão / E um romance inocente ser mais que
a paixão? / Que a paixão é fugaz / E um romance é pra sempre."
Na também, primeira parceria com Ronaldo Bastos, lhe envia um tema com grande
influência da música francesa, que intitulou "Belle Époque" e recebe,
de volta, uma letra extremamente delicada, falando, de novo, do amor. Para não
fugir ao tema, vem da nova geração, a contribuição de seu sobrinho, Cláudio
Lyra, na letra "Passageiros", musicada pelo tio e também "Até o
fim", com Marcos Valle, recentemente gravada por Emílio Santiago.
Em parceria inusitada, com Machado de Assis, Carlos
musica seu poema "Quando ela fala" a pedido da Academia Brasileira de
Letras, para a cerimônia de traslado dos restos mortais de Machado e de sua
esposa Carolina, da sepultura para o Mausoléu da Academia. Logo depois, recebeu
o convite de Arnaldo Niskier para tocar, durante a cerimônia, no Cemitério São
João Batista para a qual enviou sua filha, Kay, acompanhada de um flautista, um
violonista e uma cellista, que rendeu o seguinte comentário: "Pai, a
platéia não poderia ser melhor. De um silêncio profundo!"
Outro convite desse porte foi feito pelo poeta baiano
Ildásio Tavares, ao encomendar uma música para o centenário de Castro Alves.
Após profunda pesquisa ele descobre esse poema, de enorme delicadeza, chamado
"As duas flores", escrito quando tinha apenas 14 anos. Assim também,
música Fuenteovejuna, de Lope de Vega de
onde se destaca a valsa "Val de Fuenteovejuna", para a qual compõe
uma música medieval, seguindo, até mesmo, as acentuações praticadas naquela
época.
Na canção "Na batucada", também inédita, sem
parceiros, o compositor conta a história do cotidiano das ruas do Rio de
Janeiro aonde as pessoas se encontram, munidas de instrumentos como é comum em
bares e rodas de amigos.
Num bloco de músicas dedicado à cidade maravilhosa,
esse carioca faz várias odes à cidade e a seus bairros mais famosos. Além de
"Carioca de Algema", ele nos mostra "Em tempo, eu te amo... "composta
durante uma caminhada na Lagoa aonde faz em letra e música, uma declaração de
amor à cidade, assim como em Y-panema, também sem parceiros, feita para as
comemorações de 100 anos do bairro onde mora e "E era Copacabana",
essa com letra de Joyce, com uma atmosfera que nos leva à época e ao bairro
onde a Bossa Nova nasceu.
Tendo o amor como tema recorrente em suas parcerias,
mas sempre o tratando de uma forma clássica e elegante, nos remete às palavras
do amigo com quem Carlos Lyra tanto se identifica em suas influências e no
apuro estético de compor. "Grande melodista, desenhista, harmonista,
rei do ritmo, da síncope, do desenho, da ginga, do balanço, da dança, da lyra. Lyrista
e lyricista, romântico de derramada ternura, nunca piegas, lacrimoso,
açucarado. Formidável compositor." Assim escreveu Tom Jobim sobre este
artista que com 58 anos de carreira, internacionalmente consagrado, se mantém
produtivo, criativo e encantando as platéias.
A formação do show reduzida para simular um Sarau
aonde novas canções são apresentadas, mantendo o clima intimista da música de
câmera, é composta por ele na voz e violão, Fernando Merlino no teclado, Dirceu
Leite no sax, flauta e clarinete e Ricardo Costa na bateria. Três músicos
experientes, que compoem sua banda com a qual viaja o mundo cantando o Rio de Janeiro
e a música que a cidade produz. E mais uma participação pra lá de especial de Márcio Menescal. O título
do show, reflete os diversos gêneros musicais por onde Carlos Lyra trafega com
a maior naturalidade. Muito além do que
ficou reconhecido como Bossa Nova. Muto além da Bossa.
Magda
Botafogo