Desde 1995
que vimos observando, religiosamente, no Brasil os preceitos de Lenin quanto à Estratégia das Tesouras que visa
repartir o campo político entre duas formas de esquerda - a radical e a
moderada - não deixando espaço para nenhum partido conservador, por menos de
direita que seja. Quando Fernando Henrique se elegeu de 1995 até 2002,
representava a esquerda moderada tendo a esquerda radical do PT, ao mesmo
tempo, como conivente e oposição. Daí em diante, com a eleição de Lula, seguida a de Dilma, a esquerda radical sobrepujou a esquerda moderada e cúmplice de Aécio
Neves, permanecendo no governo até o presente momento. Nada teria contra isso
não fosse a ausência de uma verdadeira oposição conservadora que, apesar de não
ser de minha escolha política, estabeleceria um confronto dialético e
democrático, que me é tão caro, e se as ditas esquerdas não fossem de inspiração
leninista soviética, o que rejeito terminantemente. O visível e atual
enfraquecimento político do PT talvez ofereça para o futuro a oportunidade de
um candidato petista mais consistente e, também, evitando-se o constrangimento
de um impeachment tão anti-democrático quanto desnecessário, ao mesmo tempo que
se permita, afinal, a participação de uma oposição conservadora que espero se
distancie, por sua vez, de esquemas suspeitos tipo Jair Bolsonaro.
C.L.
Setembro de
2015
Eu também aguardo ansiosamente que os que denomino liberais-democratas possam vir a ter uma voz influente no país e participar do debate de ideias. A criação do Novo pode ser essa oportunidade, que certamente enriqueceria a discussão e talvez mesmo possibilite a saudável alternância de poder e visão de Estado, tão comum nas democracias desenvolvidas e consolidadas.
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