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quinta-feira, 13 de agosto de 2015

TRADICIONALISMO

                             


O que parece faltar no Brasil de hoje é um partido conservador, tradicionalista, ainda que totalmente distinto de direita radical. Se bem já não exista no Brasil o que se possa chamar de Direita, existe no entanto uma Esquerda, seja ela lá qual for. Esquerda e Direita afinal necessitam-se, mutuamente, para gerar o princípio dialético de movimento. Getúlio Vargas, apesar de ter sido um ditador e simpatizante do fascismo, ao criar o Partido dos Trabalhadores (PTB) teve a clareza de criar em seguida seu antídoto, o Partido Social Democrata (PSD), exatamente para estabelecer o movimento entre forças contrárias.
O brasileiro é, tradicionalmente, um povo conservador e religioso, ou um político como Bolsonaro não seria eleito com um número tão significativo de votos – até mesmo por falta de melhores opções. Certamente não sou de direita mas, apesar de  esquerdista, não posso me identificar com a esquerda de nosso tempo que se expressa através de capitalismos globalistas, stalinismos soviéticos, seitas muçulmanas e partidos democráticos como o de Barack Obama e o PT.
O capitalismo liberal, que vem perdendo terreno nas últimas décadas, tem sido confundido, mesmo pelo Vaticano e há séculos, com a usura agiota do mercantilismo medieval, o que abre espaço para o capitalismo globalista apoiado pelas esquerdas. A esquerda do PT, por sua vez, simpatiza com pseudosocialistas que repudiam as religiões e pregam a Ditadura do Proletariado, como se um estado democrático pudesse compactuar com qualquer espécie de ditadura. Para subsistir, é claro que a esquerda, enquanto minoria, necessita de alianças, ao mesmo tempo que só pode ser controlada quando inserida em algum tipo de aliança; ou não teria havido, na Itália, o Pacto de Metz entre a U.R.S.S e a Igreja Católica.
Uma Esquerda, coerente, se apoiaria na filosofia marxista que não é revolucionária mas evolucionária porque acredita na evolução natural da História. Mesmo não professando nenhuma religião, respeita, antes que tudo, a liberdade de culto, assim como a de expressão e de opiniões políticas. A história sabe que a sociedade escravagista levou séculos para evoluir no Mercantilismo medieval e este, outro tanto em séculos, para evoluir em um capitalismo hoje dividido entre capitalismo liberal e capitalismo globalista. O que se espera portanto, se bem a longo prazo, é que o capitalismo evolua, eventualmente, em socialismo - não em ditadura do proletariado, mas numa sociedade sem classes.
O importante, agora, seria prestigiar o capitalismo liberal não esperando, no Brasil, quaisquer soluções que venham apenas de dois partidos de esquerda, estes oriundos do mesmo saco, PT e PSDB mas acrescentando, talvez, uma terceira opção: um partido conservador que reflita o tradicionalismo e a religiosidade do povo brasileiro.


C.L. Agosto de 2015

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