O que parece faltar no Brasil de hoje é um partido
conservador, tradicionalista, ainda que totalmente distinto de direita radical.
Se bem já não exista no Brasil o que se possa chamar de Direita, existe no
entanto uma Esquerda, seja ela lá qual for. Esquerda e Direita afinal necessitam-se,
mutuamente, para gerar o princípio dialético de movimento. Getúlio Vargas,
apesar de ter sido um ditador e simpatizante do fascismo, ao criar o Partido
dos Trabalhadores (PTB) teve a clareza de criar em seguida seu antídoto, o
Partido Social Democrata (PSD), exatamente para estabelecer o movimento entre
forças contrárias.
O brasileiro é, tradicionalmente, um povo conservador
e religioso, ou um político como Bolsonaro não seria eleito com um número tão
significativo de votos – até mesmo por falta de melhores opções. Certamente não
sou de direita mas, apesar de esquerdista, não posso me identificar com a
esquerda de nosso tempo que se expressa através de capitalismos globalistas,
stalinismos soviéticos, seitas muçulmanas e partidos democráticos como o de
Barack Obama e o PT.
O capitalismo
liberal, que vem perdendo terreno nas últimas décadas, tem sido confundido,
mesmo pelo Vaticano e há séculos, com a usura agiota do mercantilismo medieval,
o que abre espaço para o capitalismo globalista apoiado pelas esquerdas. A
esquerda do PT, por sua vez, simpatiza com pseudosocialistas que repudiam as
religiões e pregam a Ditadura do Proletariado, como se um estado democrático
pudesse compactuar com qualquer espécie de ditadura. Para subsistir, é claro
que a esquerda, enquanto minoria, necessita de alianças, ao mesmo tempo que só
pode ser controlada quando inserida em algum tipo de aliança; ou não teria
havido, na Itália, o Pacto de Metz entre a U.R.S.S e a Igreja Católica.
Uma Esquerda,
coerente, se apoiaria na filosofia marxista que não é revolucionária mas
evolucionária porque acredita na evolução natural da História. Mesmo não
professando nenhuma religião, respeita, antes que tudo, a liberdade de culto, assim
como a de expressão e de opiniões políticas. A história sabe que a sociedade escravagista levou séculos
para evoluir no Mercantilismo medieval e este, outro tanto em séculos, para
evoluir em um capitalismo hoje dividido entre capitalismo liberal e capitalismo
globalista. O que se espera portanto, se bem a longo prazo, é que o capitalismo
evolua, eventualmente, em socialismo - não em ditadura do proletariado, mas numa sociedade sem classes.
O importante,
agora, seria prestigiar o capitalismo liberal não esperando, no Brasil,
quaisquer soluções que venham apenas de dois partidos de esquerda, estes oriundos
do mesmo saco, PT e PSDB mas acrescentando, talvez, uma terceira opção: um
partido conservador que reflita o tradicionalismo e a religiosidade do povo
brasileiro.
C.L. Agosto de 2015
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