O que mais se conhece da cultura negra são as
religiões africanas como Candomblé, trazida pelos negros no período de
escravidão e Umbanda, criada no Brasil , na cidade de Niterói em 1917, ambas religiões
sincréticas, fortemente ligadas ao Catolicismo romano e outros cultos. Na Bahia
todos têm seus orixás ou guias espirituais: Oxalá, Xangô, Oxum, Ogum, Iemanjá, Oxossi, Iansã, etc. O Oxalá
da versão africana se identifica, no Catolicismo, com o Senhor do Bonfim, Xangô
com São Jerônimo, Oxum com Nossa Senhora Aparecida, Ogum com Santo Antonio e
São Jorge, Iemanjá com Nossa Senhora da Conceição, Oxossi com São Jorge, Iansã
com Santa Bárbara e assim por diante. Já no Rio de Janeiro, nem todos são
familiarizados com seus guias. Eu,
pelo menos, sei que o meu é Oxalá-Lufã o Velho, uma variação de Oxalá. O culto
do Candomblé era proibido pelos colonizadores que pretendiam cristianizar tanto
os africanos como os indígenas, além de lograr uma maior submissão dos escravizados.
Na Bahia, a proibição teve consequências graves pois os negros Malês, de origem
islâmica, possuidores de muito mais cultura que os colonizadores ou qualquer
outro grupo escravo se rebelaram, ao não poderem professar livremente sua
religião muçulmana e, após um levante sangrento, em 1835, foram derrotados
pelas forças oficiais.
Quanto ao sincretismo das religiões africanas, vale a
pena lembrar, a bem da cultura negra, que o Cristianismo foi professado pelos
negros da Etiópia muito antes de ser religião de brancos que na época eram, na
maioria, tribos bárbaras. Era pois, há mais de mil anos, antes das grandes navegações,
que no continente africano encontravam-se as populações cristãs mais antigas,
prósperas e cultas do mundo. Deve-se aos povos árabes o fato de terem sido destruídos
e vendidos como escravos, já que a prática escravagista era perfeitamente
permitida pelo Corão.
A bem da cultura negra, vale também mencionar os grandes
nomes da cultura nacional como
Machado de Assis que engrandece não só essa cultura como a internacional. E
mais ainda, Capistrano de Abreu, o poeta Cruz e Souza, Gonçalves Dias, o
Aleijadinho, Lima Barreto e tantos outros. É notável, aliás, que nenhum deles
necessitou de cotas raciais universitárias para chegar onde chegou. Muito pelo
contrário, possivelmente se sentiriam descriminados e se perguntariam se ao
conceder-se benefícios desse tipo a uma raça não se estaria descriminando
outras raças como a indígena, por exemplo? Afinal, as cotas só acarretam uma
prevenção e desconfiança quanto aos profissionais negros que, mesmo tendo
competência, sofreriam suspeita, devido a uma formação acadêmica facilitada
pelas cotas raciais. Esse artifício já foi tentado pelos norte-americanos nos
anos 80, quando criaram a política de cotas conhecida como affirmative action, garantindo a diminuição de criminalidade na
população negra. Uma vez posta em prática, essa operação não evitou o
crescimento do racismo e o considerável aumento de crimes, por parte de negros
contra brancos - tudo documentado por informes do FBI.
O racismo no Brasil, por sua vez, é mesmo uma coisa
muito controvertida. Eu, de minha parte, nunca acreditei que o Brasil fosse um
país racista, se bem não há dúvida que exista racismo no país. Haja vista, por
exemplo - o amor manifesto do povo, sem descriminação racial, pelos ídolos do
futebol, do Carnaval e da música popular. Desconfio mesmo, apesar de
arriscar-me a ser suspeito como partidário da teoria da conspiração, que há uma necessidade
mórbida em provar a existência do racismo brasileiro, especialmente por certas
facções esquerdistas que, seguindo os preceitos de Stalin, tratam de Explorar
todos os possíveis conflitos raciais e lhes dar um sentido de luta de classe.
E se não houver conflitos raciais, que se invente um, porque o objetivo é que
se estabeleça a dúvida, pelo meio do
preconceito, para chegar ao fim
político. Segundo eles, Os fins
justificam os meios...
C.L. Fevereiro de 2015
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