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terça-feira, 24 de março de 2015

WOODSTOCK E BOSSA NOVA



O concerto de Woodstock, realizado em 1969, foi um marco na música jovem que durou três dias e atraiu quase meio milhão de pessoas, apresentando música de rock por quase 24 horas diárias. Foi uma estratégia planejada para influenciar a juventude, num objetivo de adestramento e controle mental da população, tendo a música como veículo de massificação. O crédito de tal operação se deve a Art Kornfield, diretor da Capitol Records (propriedade da EMI). É curioso observar que o concerto de bossa nova “O amor o sorriso e a flor”, apresentado na Faculdade de Arquitetura do Rio de Janeiro, quase dez anos antes (em 20 de maio de 1960), foi orquestrado por produtores da Odeon (também EMI e dirigida por um tal Mr. Morris).  Tudo indica que tinha o mesmo objetivo, em menor escala é claro, de atrair a juventude que demonstrava interesse em acompanhar shows de bossa nova apresentados em universidades e escolas, sendo que o primeiro, em São Paulo, contava com Vinicius de Moraes, Baden Powel e eu.
Naquele mesmo dia do show da Arquitetura eu deveria apresentar, na PUC (Pontifícia Universidade Católica), um outro show de bossa nova subsidiado por outra companhia de discos, a Polygram à qual eu pertencia. Para não acumular dois shows do mesmo teor e no mesmo dia, transferi a data do show da PUC para alguns dias depois. Meu parceiro, Ronaldo Bôscoli, amante de conflitos e produtor contratado pela EMI, remarcou a apresentação do espetáculo da Arquitetura para o mesmo dia do da PUC, em sinal de pura competição. Conclusão: duas mil e quinhentas pessoas em cada show. As especulações foram várias, pois uns diziam que era uma cisão da bossa nova entre eu e Ronaldo Bôscoli; outros achavam que era uma rivalidade entre companhias disqueiras. Continuo acreditando que se tratava de manipulação da juventude, sobretudo em Woodstock que contou, inclusive, com farto e livre comércio de drogas.
Hoje, a bossa nova saiu de moda na preferência dos jovens, por ser uma música de cunho mais cultural, ao contrário da música prapular. Mas os grandes concertos de rock se assemelham ao de Woodstock no que diz respeito à manipulação da juventude e até na circulação de drogas. Por ter  contrariado os desígnios da Odeon (EMI) tornei-me persona non grata no cenário de discos sendo também, posteriormente, afastado da Poligram. Ainda mais com a agravante de ter dado, na época,um conteúdo social a minha música e de ser um dos fundadores do CPC (Centro Popular de Cultura) da UNE (União Nacional dos Estudantes). E mais ainda, agora, por escrever estas linhas. Resta esclarecer que a EMI é uma companhia de discos inglesa e afiliada ao Instituto Tavistock de Londres. Para quem não saiba exatamente, do que se trata, sugiro uma rápida visita ao Google, que pode resultar muito instrutiva. Veja o título Instituto Tavistock no Google e busque o subtítulo Relações Humanas: Controle mental.
C.L. março de 2015

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